Daiana

E.E.B JOÃO HASSMANN
Aluna: DAIANA MIGLOLI
PROF: KARINE DE OLIVEIRA
Série: 6:B

OS ANOS DE LUTA(1984)


Meu nome é Regina de Freitas, tenho 55 anos, nasci em Brusque, SC minha origem é portuguesa, sou filha de Luís e Maria de Freitas, minha infância não lembro muito pelo fato de ter muitas doenças, mas costumava brincar com amigos e irmãos de bonecas de milho,vassoura de pano, panelinhas de folha e etc...
Estudava de noite no cônsul Carlos Renaux, ia a escola a pé e trabalhava de dia, nos tempos de hoje, alguns vão de carro, ônibus, bicicleta e quem morava perto a pé, eu morava a 5 quadras do colégio, estudei até o 2ª grau, parei um ano e nunca mais voltei !! Quando jovem praticava esporte pra me divertir, o vôlei era o meu espote preferido, minha música preferida era Tonico e Tinoco “moreninha linda”, o meio de transporte era a pé. O namoro naquela época era muito respeitado, até pegar na mão tinha que ter muito conhecimento, agora namoram na rua em qual quer lugar e em casa
Lembro de uma catástrofe natural em 84, a enchente, nós morávamos em um local baixo e a enchente pegou nossa casa, foi um esforço para conseguir tudo de novo, não sobrou nada parecia que a vida tinha acabado, meu pai e minha mãe tiveram que trabalhar muito para reconquistar tudo, os moveis nem dava para usar, um dos nossos guarda-roupas estava caído em cima da cama todo quebrado, tivemos que ir para casa da tia Suzana e o tio Carlos, Mariana minha irmão, já estava trabalhando e na época ganhava 500 reais e nos ajudou muito.
Tio Carlos reclamava, dizia muitas lorotas_ mentiras_ moramos lá por quase oito meses, de muito trabalho e esforço, minha mãe nunca desistiu, mas meu pai teve até depressão...neste tempo além de trabalhar minha mãe ia na igreja para pedir força a Deus, e ele nos ajudou, assim como algumas pessoas que nos deram roupas, calçados.
Meus irmão tinha três anos e chorava e queria seus brinquedos, dava até dó, mas hoje graças a Deus conseguimos tudo. Naqueles dias até minha mãe andava desesperada. Mas esta fase passou, continuemos a lutar. Os filhos cresceram e foram seguindo suas vidas e eu fiquei morando com minha mãe.
O lugar onde morávamos era só mato, hoje já tem casas e até um nome: Jardim das Bromélias. E em 2008 minha mãe faleceu, sofri muito, mas compreendi que a vida é assim ciclos que acabam.
Memória de Regina Freitas, 55 anos, feita pela aluna Daiana Miglioli da 6ª série B da E.E.B. João Hassmann, situada no bairro Guarani em Brusque_SC.