Martina

E.E.B João Hassmann
Aluna: Martina Verenka
Prof. Karine de Oliveira

Minha Juventude...

Ilsa 55 anos,a passagem foi quando meu marido me pediu em casamento para meu pai. Foi marcante porque meu pai dizia que eu não ia namorar, ia servir a Deus que era digno do meu amor e nem que eu fosse maior de idade, eu não ia ter nenhum namorado, hoje eu estou com 55 anos e já namorei,me juntei, tive filhos e agora estou casada, o nome do meu marido é José da Silva Aguiar.
Meu marido é alto, tem um bigode, cabelos grisalhos e olhos bem azuis, ele não gosta que eu fique saindo de casa e que eu fique conversando com pessoas estranhas. Tem medo de me perder para outro. Minha família veio do Paraná,pois lá era tudo muito sofrido. Na minha juventude eu gostava da música: menino da porteira_cantor Sérgio Reis. Quando eu estudava a escola não era como as de hoje, era uma pequena casa de madeira que abrigava alguns estudantes e a educação não era a melhor, para chegar até a escola era preciso andar muito era bem difícil passar por caminhos sujos e com os pés no chão e quando chovia, chegava toda “ensopada”_toda molhada_pois não havia ônibus como hoje.
Eu me lembro que quando eu tinha 12 anos eu estudava na 2ª série e eu era a maior e mais velha da minha turma, eu ficava lá toda grandona no meio dos pequenos.
Parei de estudar porque eu tinha que trabalhar para ajudar meus pais e meus irmãos, eu tenho 5 irmãos e sou a mais velha. Diversão nunca tive,era trabalho e mais trabalho,não tinha tempo para estudar imagina ficar brincando com outras crianças. Como eu já disse namoro nem pensar,e se eu desobedecesse meu pai, eu apanhava.
Nunca tive nenhum acidente, tão grave que os meus pais não pudessem resolver em casa mesmo. As pessoas mais importantes para mim são meus 3 filhos, que ate hoje tem o máximo cuidado comigo e com o José(marido). Os transportes que usávamos eram os pés ou cavalos.
Os jovens se reuniam numa pracinha, naquela época eu tinha muita vontade de ir lá mais eu não podia,o único dia que eu fui na pracinha foi quando eu sai fugindo de casa, mas eu me arrependi,meu pai passou lá por perto e um compadre dele falou que eu estava lá, eu apanhei muito só porque eu fui na pracinha. A educação que eu recebi foi muito rígida eu tinha 2 opções ou fazia ou apanhava, tudo era motivo de levar uns bons “sopapos”_tapas ou chingamentos_e quando os meus pais estavam conversando não era permitido falar um “A”, se não saia lá de perto com a boca sangrando. Televisão era muito raro, acho que nem existia. Eu moro em Brusque no bairro Rio Branco, e moro aqui porque é o lugar que viemos morar quando viemos do Paraná.
Memória de Ilsa,55 anos, moradora do bairro Rio Branco, feita pela aluna Martina Verenka
da 7ª série B da escola E.E.B João Hassmann que fica situada no bairro Guarani em Brusque-SC.