Escola de Educação Básica João Hassmann
Nome: Camila Dias
Série: 7ªB
Professora: Karine de Oliveira
Disciplina: Português
Vida que virou história!
Meu nome é Marilete Corrêa Nunes, tenho 53 anos, e hoje vou contar um pouco de minha vida. Nasci em Nova Trento dia 10 de março de 1957. Quando eu tinha 3 anos de idade, minha família se mudou para Brusque, por isso me considero brusquense. Em Brusque, nasceu três de meus irmãos, quando minha irmã mais nova nasceu eu já tinha 13 anos! Na época acordávamos muito cedo, e nosso despertador era o sol que invadia nossos quartos. Nos alertando que era mais um dia se aproximando.
Quando eu era pequena, aprontava muito e sempre andava brigando com meus irmãos. Mas nós também nos dávamos muito bem e sempre brincávamos juntos. E como não havia televisão nós ativávamos nossa imaginação e inventávamos várias brincadeiras. Quando criança eu estudava no João Hassmann. No 1º ano estudávamos numa salinha da casa da dona Iria Sapéli. Minha professora se chamava Maria. E como muitas crianças eu ia para escola a pé. Muito diferente de hoje, que há ônibus. Não pude ter a educação que consegui financiar para meus filhos, pois estudei até a 4ª série, já que tinha que trabalhar para ajudar meus pais.
Algo que me lembro de minha infância, é de minha bisavó, Enriqueta que veio de Ibirama com três filhos deficientes. Ao chegar em Brusque ela não tinha nada, nem seu marido que morreu antes deles virem para cá. Na velhice ela passava uma semana na casa de cada filho, e de meu pai que era neto. Então, ela continuou de casa em casa, até passar dessa para uma melhor...
Quando adolescente eu trabalhava como costureira. Na minha época os jovens se divertiam em casa, com seus velhos discos de vinil. Lembro que usávamos bicicletas para ir trabalhar, sair, etc. Me casei com21 anos no dia 14 de janeiro de 1978, meu marido se chama João Carlos Nunes. Assim que me casei com ele me mudei para São João Batista. No dia 20 de janeiro de 1979 tive minha primeira filha, chamada Ana Andréia, ela nasceu em Brusque, já que resolvi tê-la aqui. No dia 26 de julho, 3 anos depois do nascimento de Andréia, tive meu 2º filho. Ele nasceu em Nova Trento – já que meu médico atendia lá-, eu o batizei com o nome de Carlos Adriano. Um tempo depois, nasceu minha 3ª filha, Veridiana. Ela nasceu durante a enchente de 84! No dia 5 de agosto, eu havia marcado a cesárea, mais por causa da enchente, eu tive de voltar outro dia. Como minha casa tinha sido inundada, eu fiquei na casa de minha Tia Maria. No dia 9 fui para o hospital, e voltei com minha filha.
Enquanto eu morava em São João Batista eu não trabalhava. Já que na época não era como hoje, e não havia creche. Mas para me ajudar, todo dia as 16:00 horas, minha sogra ficava um pouco com as crianças, para eu poder vender cosméticos.No ano de 1988 eu voltei para Brusque. Em Brusque eu trabalhei como faccionista até 48 anos de idade.
Em 1999 descobriram que minha mãe tinha “esclerose lateral amiotrófica”- doença que com o tempo faz perder os movimentos-. E no ano de 2003 no dia 26 de maio, minha mãe faleceu. Eu não compreendia como puderam arrancar minha mãe de mim, mas esse sentimento ficou muito pior, cinco meses depois quando meu pai morreu. Acho que no momento que eu entrei na casa de meu pai, e o vi caído no chão, mau coração bateu mais forte. Foram tantos sentimentos que nem consigo explicar. Mas as tragédias não acabaram por aí. Em 2004, meu irmão estava num bar na hora de um assalto e levou um tiro. Esse tiro acabou desandou paraplégico.
Conforme o tempo foi passando, eu fui superando essa brincadeira do destino.
Hoje em dia, eu vivo bem, sou muito feliz e tem duas pessoas que me alegram todos os dias. Meus netos Alexandre de 5 anos, filho de Adriano e Marcos, filho de Andréia de 3 anos. E posso me referir a eles como netos, ou meu motivo de viver...
Memória de Marilete Corrêa Nunes, 53 anos, morador (a) do bairro Guarani, feita pelo aluno (a) Camila, da 7ªB da E. E. B. João Hassmann que é situada no bairro Guarani, em Brusque-SC.
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